- Simpósio de Escultura em Pedra de Grândola promove arte pública
Simpósio de Escultura em Pedra de Grândola promove arte pública
Na sequência da organização, em Maio de 2018, de uma Exposição Coletiva de Escultura na Praça da República, a Câmara Municipal de Grândola decidiu realizar um Simpósio de Escultura em Pedra, que decorreu entre os dias 16 e 30 de Setembro, com a participação de três reconhecidos escultores portugueses – Jorge Pé-Curto, Paulo Neves e Vitor Ribeiro – os quais, em espaço aberto ao público, no exterior do Complexo Desportivo Municipal José Afonso, criaram três esculturas a instalar em Grândola, no Carvalhal e em Melides que irão valorizar os espaços públicos do ponto de vista artístico, identitário e patrimonial.
No decurso do simpósio o público teve oportunidade de acompanhar o processo de criação das esculturas e os escultores promoveram ações de informação e sensibilização sobre escultura dirigidas aos alunos dos estabelecimentos de ensino, na linha dos objetivos do Plano Nacional das Artes (PNA 2019-2024) de apoiar práticas artísticas a desenvolver com as escolas, de motivar os mais jovens para a criatividade artística e de aproximar a arte e o património aos cidadãos.
O SIMPÓSIO DE ESCULTURA EM PEDRA, tal como o Projeto Participativo de Arte Pública UM MONUMENTO PARA O LOUSAL, promovido no âmbito de uma parceria entre o Município de Grândola e a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, visam investir na valorização da identidade do território através da arte pública. Nestes contextos, a arte pública – como forma de diálogo com o território e a memória coletiva das populações e como elemento de valorização do seu património material e imaterial – constitui um projeto inédito na política cultural do Município de Grândola, demonstrativo da importância do investimento na cultura e nas artes como fator de desenvolvimento com impacto social, cultural e patrimonial.
No âmbito do simpósio Jorge Pé-Curto realizou uma obra em homenagem a Fernando Pessoa e aos seus heterónimos, que será colocada num local nobre da vila de Grândola. Paulo Neves teve como referência a maior extensão de linha de praias do país, com condições ambientais e paisagísticas de elevado interesse, concebendo uma peça sobre o mar e o sol a ser colocada na 1ª rotunda à entrada do Carvalhal, de acesso à localidade e à Alameda das Praias. Finalmente, Vitor Ribeiro entendeu prestar um tributo à tradição oleira de Melides, produzindo uma obra que irá ser colocada no espaço requalificado do núcleo museológico da Olaria de Melides.
Jorge Pé-Curto
Nasceu em 1955, em Moura, e vive em Almada desde 1965. Aos dez anos começou a frequentar o Centro Artístico Infantil, no Castelo de S. Jorge, de que era mentor o pintor Hermano Baptista. Estudou escultura na Escola António Arroio como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1981, juntamente com outros artistas, fundou em Almada, a IMARGEM e foi professor do ensino oficial durante 17 anos. Como artista plástico desenvolve atividade na cerâmica, pintura, design de cartaz e gravura, mas é na escultura em pedra que tem vindo a centrar o seu trabalho. Desde 1972 que participa em diversas exposições coletivas em galerias, instituições, espaços comerciais e mostras escultóricas ao ar livre. Alguma da sua arte pública: Monumento ao Homem do Mar, Feijó, Almada, 2010; Construção Dinâmica, Simpósio de Escultura, Braga, 2008; Figura Cindida com Ave, Simpósio de Escultura em Pedra da Faculdade de Ciências Técnicas - UNL, Monte de Caparica, 2006; Monumento ao Pescador, Costa da Caparica, 1985; Evocação de Fernão Mendes Pinto, em colaboração com Francisco Bronze, Almada, 1984. Expõe individualmente desde 1984, na Galeria de S. Bento, Lisboa, 1993; Galeria Vértice, Lisboa, 1996; Galeria S. Francisco, Lisboa, 1998; Galeria Galveias, Lisboa, 2002; Perve Galeria, Lisboa, 2011; Galeria de Arte do Casino Estoril, 2011; Galeria São Francisco, Lisboa, 2012. A sua obra está presente em diversas coleções privadas.
Paulo Neves
Nasceu em 1959. Embora tenha frequentado a Escola de Belas Artes do Porto, a sua aprendizagem foi, na tradição moderna europeia, exclusivamente autodidata. Partiu muito jovem à descoberta do mundo, conheceu artistas, visitou museus, descobriu outros mundos, experiência sem dúvida determinante para a obra que tem vindo a realizar. Durante a década de 90 do séc. XX, revelaria a sua maturidade artística, afirmando-se hoje como um escultor internacional de referência nacional incontornável. Com peças em diversas coleções portuguesas, Paulo Neves está também representado nos Estados Unidos, França, Espanha, Brasil, Holanda, Bélgica, Roménia, Austrália, Marrocos e Alemanha. A expressão morfológica das suas peças apela ao expressionismo e ao barroco, embora a sua linguagem pareça totalmente original, construída à margem dos movimentos e tendências estéticas do seu tempo.
Vitor Ribeiro
Nasceu no Porto em 1957. Frequentou os ateliês de desenho, pintura e escultura do Ar.Co- Centro de Artes e Comunicação Visual, tendo concluído a sua formação em escultura em 1985. Está representado em diversas instituições e coleções como: Museu Machado de Castro, Coimbra; Museu Santa Maria da Vitória, Batalha; Comissão Coordenadora da Região Norte, Porto; Câmara Municipal de Almada; Fundação Mário Soares, Leiria; Câmara Municipal de Albufeira; Presidência da República do Uruguai; Iwate Park, Japão; Amsterdiem Museum of Modern Art, Amesterdão. Em 1999, recebeu o 1º Prémio da Association Internationale des Artes Plastiques / UNESCO.