- Reabilitação dos antigos Paços do Concelho
Reabilitação dos antigos Paços do Concelho
Decorridos quase 300 anos sobre a sua construção, este importante edifício vai ser totalmente reabilitado e adaptado às funcionalidades e requisitos atuais de conforto e acessibilidade.
O Município de Grândola vai avançar com a obra de reabilitação dos antigos Paços do Concelho. Apesar de algumas intervenções de manutenção realizadas nos últimos anos, o edifício continua a apresentar patologias que necessitam de uma reabilitação mais profunda para que possa ser utilizado em pleno.
Enquadramento Histórico
O edifício dos Paços do Concelho do século XVIII é uma construção com dois pisos onde funcionavam, no piso nobre (superior) os serviços da câmara e a sala de audiências do tribunal, ficando o piso inferior reservado à cadeia e alojamentos dos funcionários destes serviços. Restava ainda mais uma divisão que era arrendada, servindo de fonte de rendimento para algumas despesas. Foi construído no lado norte da Praça da Vila, numa implantação peculiar relativamente à Igreja Matriz localizada numa praça adjacente. Os dois edifícios têm a mesma orientação e ambos os campanários se localizam no mesmo sítio em relação ao corpo da edificação, como que numa competição de poderes – o religioso e o municipal. Propositado ou coincidência, não existem quaisquer registos sobre o assunto. Isto porque, apesar da sua implantação e integração na malha urbana, a entrada lógica para um edifício desta importância seria precisamente a Praça; no entanto, foi escolhida a fachada poente para a escadaria de acesso ao piso nobre, precisamente voltada para o largo da Igreja. Resultado disto é um edifício com três fachadas diferentes entre si, no que diz respeito a ritmo de abertura de vãos e seu tratamento.
Proposta de intervenção
A proposta de intervenção prevê a substituição da telha de cobertura com a revisão de drenagens e execução de isolamentos mantendo a configuração atual, a substituição do vigamento da estrutura de suporte do soalho do piso superior e do soalho em si, a substituição do revestimento de alguns dos pavimentos do piso térreo e a execução de novas instalações sanitárias e respetivas redes de abastecimento de água e drenagem de águas residuais, assim como a revisão da instalação elétrica e infraestruturas de telecomunicações. A nível das fachadas não se preveem alterações, apenas a sua manutenção e conservação, com a substituição de todas as caixilharias, o tratamento e recuperação de algumas cantarias partidas e recuperação dos gradeamentos de ferro das janelas de sacada do piso superior.
Funcionalidade
O edifício irá albergar serviços municipais, pelo que serão necessários espaços de trabalho e salas polivalentes que poderão acolher exposições, reuniões, ações de formação, etc. Nesse sentido, a organização espacial no piso térreo mantém, na generalidade a configuração atual, sendo apenas introduzidas novas instalações sanitárias o que leva à reformulação da área poente, e a instalação de escadas e de uma plataforma elevatória para acesso ao piso superior numa das antigas celas, a nascente. No primeiro piso são criadas, igualmente, novas instalações sanitárias. A compartimentação será executada em paredes leves de forma a permitir uma melhor utilização do espaço e eventual reconfiguração. O piso térreo apresenta várias cotas de pavimento, que por receio de interferência com as fundações se optou por não nivelar. Assim, a questão da acessibilidade será resolvida pela ligação de todas as salas através de rampas. Assumiu-se, desta forma, dois acessos distintos ao edifício – um através da Praça D. Jorge e outro na Rua Mouzinho da Silveira – que, embora já existissem, não eram utilizados com frequência e também não davam resposta a essas questões.
A obra foi adjudicada à empresa Anteros Empreitadas – Sociedade de Construção S.A. por 471.415,82€ + IVA