- Grândola inaugura as exposições «Artur Pastor: Um Certo Portugal” e «As Mulheres de Artur Pastor».
Grândola inaugura as exposições «Artur Pastor: Um Certo Portugal” e «As Mulheres de Artur Pastor».
Inseridas nas comemorações do 48.º aniversário do 25 de Abril, e no ano em que se comemora o centenário do nascimento do fotógrafo, a Biblioteca e Arquivo do Município de Grândola abre ao público, no dia 2 de abril, às 17h00, as exposições “Artur Pastor: Um Certo Portugal” (que contará com a participação de Artur Costa Pastor), e “As Mulheres de Artur Pastor”, da ilustradora Marta Nunes. Estarão patentes ao público na sala polivalente e na sala de exposições, respetivamente.
Nascido em 1922, em Alter do Chão, Artur Pastor descobriu o fascínio pela fotografia quando resolveu ilustrar a tese final do seu curso de regente agrícola com imagens captadas por si. A partir desse momento nunca mais deixou de fotografar e a sua vida profissional foi para sempre marcada por aquela arte. Durante cerca de trinta anos trabalhou na Direção-Geral dos Serviços Agrícolas, em Lisboa, onde foi responsável pela produção e organização das mais de 10 000 fotos que compõem a sua Fototeca. A sua profissão permitiu-lhe percorrer o país de lés a lés, captando imagens que se tornaram o testemunho de um Portugal multifacetado, retratando desde as atividades agrícolas às piscatórias, e desde o património construído aos costumes das nossas gentes. Participou em exposições oficiais, feiras e salões de fotografia, dentro e fora do País, e colaborou em inúmeras publicações fotográficas nacionais e estrangeiras.
Finalmente consagrado como um dos maiores fotógrafos portugueses do século XX, hoje em dia as suas imagens servem de inspiração para o trabalho de muitos jovens artistas, como pintores, ilustradores e músicos.
Marta Nunes nasceu na primavera de 1984, em Lousada. Formada em Arquitetura pela Universidade da Beira Interior, foi ainda durante o curso que executou os primeiros trabalhos de ilustração para publicações. Desde 2010, participou em exposições coletivas e individuais, mas foi a partir de 2019 que a ilustração se tornou a sua principal atividade. O interesse pela tradição e cultura portuguesas marcam alguns dos seus trabalhos. As expressões, as pessoas e os ofícios tradicionais são o que mais a inspira na construção de narrativas, assim como os objetos do quotidiano e a poética dos dias úteis. Fascinada pela obra de Artur Pastor, resolveu “pegar nesses rostos anónimos, cheios de tenacidade, de mulheres que foram motores de trabalho no campo, nas indústrias e em casa e criar esta série”.
Às 18h00, atua o grupo vocal feminino Cramol, fundado em 1979 no concelho de Oeiras, um dos grupos da Biblioteca Operária Oeirense. Embora funcionando de modo autónomo, o coro foi formado no seguimento de uma oficina de canto tradicional promovida por Domingos Morais e ministrada por Rui Vaz. O seu repertório, que se baseia no canto tradicional de mulheres, foi constituído por meio das recolhas etno-musicais de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça – que resultaram na publicação de Antologia da Música Regional Portuguesa e Cancioneiro Popular Português –, de outros cancioneiros, designadamente de Cinfães, Lafões, Arouca e Resende, do arquivo do músico e etnomusicólogo Vergílio Pereira, e de pesquisas próprias. Este repertório compreende o quotidiano das populações rurais, em particular das mulheres: as canções de embalar, trabalho, nomeadamente na ceifa e no linho, religiosidade, amor e sensualidade. O coro, que foi anteriormente dirigido por Rui Vaz e Luís Pedro Faro, tem atualmente Eduardo Paes Mamede como diretor artístico.
Aa exposições, que poderão ser visitadas até ao dia 14 de maio, são organizadas pelo Município de Grândola, tendo a exposição “Artur Pastor: Um Certo Portugal” o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e do Arquivo Municipal de Lisboa.