- Entrevista ao Executivo Municipal
Entrevista ao Executivo Municipal
2 anos e 10 meses após terem tomado posse e a pouco mais de um ano para as eleições autárquicas, respondem a algumas questões e apontam linhas de trabalho para o futuro.
Como está atualmente a situação financeira da Autarquia?
Podemos afirmar que, agora, se encontra numa situação bastante mais equilibrada, mas foi necessário um trabalho árduo, técnico e cuidadoso, para conseguirmos alcançar esta estabilidade. Tivemos de inverter drasticamente o rumo que vinha a ser seguido. Passámos a gerir os dinheiros públicos com maior ponderção e rigor. Como é do conhecimento público a dívida que herdámos do anterior executivo era bastante elevada. Havia muitos pagamentos em atraso, limites de endividmento ultrapassados e ainda estivemos sujeitos a multas de elevado valor, bem como pagamentos de juros a fornecedores por incumprimento dos vários compromissos até então assumidos. Era fundamental uma gestão financeira exigente e equilibrada, para honrarmos o bom nome do Município, para recuperarmos capacidade de investimento e para conseguirmos criar as bases necessárias para aproveitar o novo quadro comunitário.
Qual o ponto de situação do novo Quadro Comunitário – Portugal 2020?
Embora tarde, finalmente o novo quadro comunitário de apoio está a avançar. Neste curto espaço de tempo, desde a abertura das candidaturas até ao presente, houve que mobilizar interna e externamente, um importante conjunto de pessoas para que fosse possível entregar atempadamente os vários projetos a candidatar. A elas, dirigimos também os nossos agradecimentos, pois, num tempo record, vamos conseguir iniciar, a curto prazo, algumas obras de grande importância. Já temos candidaturas submetidas e aprovadas. A grande maioria dos projetos que vamos ainda candidatar está já em fase final. Até este momento, já estão garantidos mais de 9 milhões de euros de investimento total e sinceramente, temos a esperança de vir a aumentar substancialmente estes valores.
Que obras estão previstas com financiamento comunitário e em que ponto estão?
Com projetos prontos e as candidaturas já aprovadas estão as requalificações da Igreja de São Pedro – que passará a ser um núcleo museológico e da Escola Primária e Jardim de Infância nº1 de Grândola. Com projetos terminados e a candidatar em breve estão a Casa Luís Dias e a antiga Adega António Inácio da Cruz que passará a ser a Casa Mostra dos Produtos Endógenos. Em fase final de projeto está a reabilitação da Biblioteca Municipal, da Praça da República e do Jardim 1º de Maio. Numa fase mais inicial de projeto estão as requalificações da Casa Frayões Metello, Antigos Paços do Concelho, Rua das Lojas e Avenida Jorge Nunes. Ainda sem garantia de financiamento mas já com as candidaturas submetidas ao Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no uso de Recursos estão: o reforço do abastecimento de água na Freguesia de Melides com depósito situado na Serra de Grândola, a drenagem de Águas Residuais e abastecimento de água ao de Brejinho de Água e a rede de drenagem de águas residuais domésticas da Azinhaga das Milharadas e da Rua Camilo Castelo Branco.
Já foram realizadas diversas obras este mandato. Quais destacam?
É importante sublinhar que sem recurso aos fundos comunitários e sem acesso ao crédito, era impossível realizar todas as obras estruturantes que o Concelho necessita. O que fizemos até agora foi apenas com verbas retiradas do orçamento municipal. Salientamos as diversas pavimentações em estradas municipais (Boavista, Bicas, Brejinho de Água, Vale da Cobra, circular da ETAR da Aldeia do Pico e de acesso ao Brejo Mouro, estrada de acesso ao Lousal e de acesso ao Centro Infantil, acesso ao cemitério de Melides, acesso ao novo Quartel dos Bombeiros, entre outras), o abastecimento de água ao Brejinho de Água – que entrará em funcionamento ainda este ano, a reabilitação das passagens sobre o caminho de ferro em Azinheira dos Barros e na Aldeia do Futuro, a requalificação do jardim Dr. Julio do Rosário Costa e do jardim Dr. Jacinto Nunes, diversos melhoramentos no Parque Escolar e nos equipamentos municipais, diversas obras no novo quartel dos Bombeiros, o aumento de infraestruturas na ZIL, a construção do Eco Parque – Montinho da Ribeira, diversas obras de saneamento e abastecimento de água entre muitas outras intervenções, por todo o Concelho.
Que obras estão em andamento e quais vão avançar em breve?
Atualmente estão em execução as seguintes empreitadas: Pavimentação da estrada da Aldeia do Fututo/Rua Bernardes Soares, requalificação do Polidesportivo descoberto da Aldeia do Futuro e zona envolvente, aumento de infra-estruturas e arruamentos na ZIL, 2ª fase do abastecimento de água ao Brejinho de Água, infra-estruturas eléctricas, telecomunicações e gás no Bairro da Vinha – Carvalhal, requalificação dos balneários das oficinas municipais, do arquivo intermédio e do Posto de Turismo. Avançará a curto prazo a pavimentação de algumas ruas no centro da Vila e a requalificação dos balneários do complexo desportivo municipal. Em fase de concurso estão as pavimentações nos Bairros da Tirana, Isaías e Ameiras de Baixo, a construção de um novo Skate Park e a construção de infra-estruturas no loteamento L1 – Lagoas – Carvalhal.
Como avaliam o investimento privado dos últimos anos no Concelho?
Apesar da conjuntura não ser a mais favorável começaram a haver sinais positivos para a nossa economia local. A fixação de empresas na Zona Industrial Ligeira é hoje uma realidade. Para além do Centro de Inspecção de Veículos que está em funcionamento desde setembro de 2015, há mais empresas a construírem as suas instalações. Na área agrícola e florestal estão também a surgir novos projetos. Em relação ao turismo, apesar de continuarem parados alguns grandes projetos previstos para a nossa costa, os empreendimentos que estão a funcionar estão consolidados e em fase de expansão. De salientar os fortes investimentos que tem sido feitos em unidades de turismo rural; Esta área ganhou uma nova dinâmica nos últimos anos e prevê-se que, a médio prazo, aumente a oferta existente. Por último referir os projetos interessantes de empreendedorismo jovem que começam a surgir um pouco por todo o Concelho.
O Planeamento e ordenamento do território tem estado na ordem do dia. Em que ponto está a revisão do PDM e as Áreas de Reabilitação Urbana?
A revisão do PDM encontra-se já na sua 3ª e última fase. Tem sido um trabalho árduo, que tem privilegiado a participação pública, a troca de opiniões e a partilha de ideias. O novo PDM será um instrumento de grande importância para o desenvolvimento do nosso território e prevemos que fique concluído até ao final do ano. As ARU de Grândola e Melides já estão aprovadas e já começámos a receber candidaturas. A curto prazo iremos intensificar a sua divulgação para que mais proprietários possam aproveitar os vários benefícios e reabilitar os seus imóveis.
Está a realizar-se mais uma edição da Feira de Agosto – o evento mais importante do Concelho. Que mudanças foram implementadas nos últimos anos?
Podemos afirmar que a Feira de Agosto recuperou a sua identidade, sem esquecer a inovação e a criatividade. O regresso do Mundo Rural e das exposições etnográficas, o reforço da promoção turística e os diversos melhoramentos no parque de feiras são algumas das principais mudanças. Quebrámos a “monotonia” que se vinha registando e apresentamos, todos os anos, algo de novo no espaço da Feira.
Que balanço fazem do trabalho desenvolvido e o que podem os Grandolenses esperar para o último ano deste mandato?
O balanço é, sem dúvida nenhuma, claramente positivo. Somos uma equipa coesa que tem estado muito empenhada em trabalhar em prol do desenvolvimento do nosso Concelho e na melhoria da qualidade de vida e bem-estar da nossa população e de quem nos visita. Mesmo com todas as contrariedades, conseguimos implementar uma nova dinâmica em todas as áreas de intervenção, com resultados visíveis. Neste ultimo ano, como até aqui, continuaremos a enfrentar os muitos desafios que temos pela frente. Estamos focados em servir a população do Concelho, promovendo o desenvolvimento sustentado, reduzindo assimetrias e desigualdades, prestando um serviço público de qualidade e proximidade.